“Clube de leitura” da ASL aborda Lino Vilachá nesta quinta-feira
Publicado em 06/05/2025
Editoria: Mato Grosso Do Sul
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“Clube de leitura” da
ASL aborda Lino Vilachá
nesta quinta-feira
Autor de uma obra que reflete trajetória literária profundamente marcada por contextos de isolamento e resistência, o escritor sul-mato-grossense Lino Vilachá será o tema das Leituras e Conversas que a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras realiza, nesta quinta-feira, dia 08, com entrada franca no auditório da instituição, às 19h30min. Coordenado na ASL pelas imortais Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco, esta edição, após leituras de um escritor nacional e um estrangeiro, aborda um literato regional.
Nesse evento haverá a participação da também imortal Raquel Naveira, que analisará junto com as organizadoras do projeto a trajetória de Vilachá. Para Lenilde Ramos, que estuda e conhece o trabalho de Lino Vilachá, tendo convivido com ele em trabalhos no Hospital São Julião, o destaque que a ASL permite ao escritor através de suas leituras “é um digno reconhecimento a um homem que teve espiritualidade, esperança, perseverança e uma vida de grande dedicação pelo humanismo”.
LINO VILACHÁ
Segundo o presidente da ASL, Henrique de Medeiros, Lino Villachá (1938–1994) “foi poeta, cronista, educador e servidor público sul-mato-grossense cuja obra emergiu de um contexto de isolamento e resistência, com trajetória literária profundamente marcada por sua vivência no Hospital São Julião, onde foi internado devido à hanseníase”. Sua poesia reflete essa experiência, abordando temas como dor, amor, exclusão social e resistência. Apesar das dificuldades diante de severas limitações físicas impostas pela doença, ele se tornou cronista do hospital e da cidade, registrando histórias e sentimentos daqueles que viviam ali.
Sua poesia é considerada um testemunho poderoso da humanidade e da luta contra o esquecimento. Além de poeta, Vilachá foi um organizador cultural, promovendo eventos dentro do hospital e incentivando a prática esportiva e cultural entre os internos. Sua obra literária inclui poemas e crônicas, alguns dos quais foram musicados e apresentados em eventos. Publicou cinco livros, sendo que seus textos são marcados por uma profunda espiritualidade e esperança.
Lino também foi responsável por saudações em eventos importantes, como a visita do Papa João Paulo II ao hospital em 1991, onde representou os pacientes com um discurso emocionado. Em 1987, Lino casou-se com Zena Maria, uma enfermeira que conheceu por meio de suas poesias. A cerimônia ocorreu na capela do Hospital São Julião, simbolizando uma união marcada por amor e dedicação mútua.
"Lino Para Sempre" reúne os cinco livros do autor: Aos meus Amigos, Luzes do meu Caminho, Uma Janela para o Pássaros, Minhas Flores de Flamboyant e Conversando com Deus e os Amigos. Uma de suas obras foi publicada na Itália, refletindo a universalidade de seu trabalho.
Mesmo enfrentando amputações de ambas as pernas, atrofia das mãos, perda auditiva e quase cegueira, Lino manteve-se ativo intelectualmente, utilizando uma lupa para ler e datilografando com lápis amarrados às mãos. Lino Villachá transformou sua experiência de vida em uma fonte inesgotável de inspiração, mostrando que, mesmo diante das maiores adversidades, é possível encontrar beleza, propósito e contribuir significativamente para a sociedade.
SERVIÇO
Leituras e Conversas na ASL
“poeta Lino Vilachá”
Dia 08 de maio de 2025, às 19h30min
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653
(Altos do São Francisco)
Entrada franca, evento presencial, traje esporte
Assessoria ASL, 06mai2025
› FONTE: 24 Horas No Ar (24horasnoar.com.br)